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Como a Drenagem de Tórax NÃO deve ser feita?

Atualizado: 1 de jun.


Homem em posição supina com um dreno de tórax inserido no hemitórax direito
Aspecto da drenagem pleural no hemitórax direito

Acredite: a drenagem pleural é um dos procedimentos médicos mais comuns. Se você nunca fez uma, é bem provável que em breve você precise fazer.


Apesar da drenagem de tórax ser muito comum, a taxa de complicações desse procedimento ainda é bastante alta. Isso se deve a vários fatores, entre eles, uma técnica cirúrgica inadequada.


Se você é daqueles médicos que se preocupa com a segurança dos seus pacientes e com a correta execução dos procedimentos, leia este post até o fim... as informações aqui podem te ajudar muito!


Antes de discutirmos a drenagem si, vale a pena relembrar suas indicações.





Por que drenar o tórax? Qual a finalidade do procedimento?


Antes de falarmos sobre a drenagem pleural em si, vale ressaltar algumas das principais indicações do procedimento.


A drenagem de tórax é mais frequentemente realizada para os seguintes casos:

  • Pneumotórax

  • Hemotórax

  • Derrame Pleural

  • Pós-operatório de cirurgia torácica


PNEUMOTÓRAX


É o acúmulo de ar na cavidade pleural, geralmente decorrente do escape de ar das vias aéreas ou dos pulmões. Isso pode ocorrer espontaneamente (pneumotórax espontâneo ou primário) ou ser secundário a trauma ou a iatrogenias (intercorrência nos acessos venosos profundos ou intubações, lesões causadas por ventilação mecânica), entre outros.


HEMOTÓRAX


Refere-se ao acúmulo de sangue na cavidade pleural, geralmente secundário a um trauma torácico. Entretanto, pode ocorrer após punções para obtenção de acessos venosos profundos ou mesmo em toracocenteses (punções do tórax para aspiração de ar ou liquido). Esse é um dos casos que a drenagem "deve ser feita com dreno tubular". Ou não? Confira uma discussão sobre isso clicando aqui.


Atualmente existe uma discussão se o hemotórax deve ou não ser lavado após a drenagem. Publicamos uma discussão mais extensa sobre isso em outro texto do nosso blog. Confira clicando aqui.


DERRAME PLEURAL


É o nome que se dá a qualquer acúmulo de líquido na cavidade pleural. Esse acúmulo pode ocorrer por diversas causas, entre elas, inflamatórias, cardíacas, infecciosas e neoplásicas. NEste caso é de suma importância classificar o líquido pleural em exsudato ou transudato, uma vez que essa diferenciação é útil na tomada de decisão do tratamento.


PÓS-OPERATÓRIO DE CIRURGIA TORÁCICA


A drenagem pleural é necessária em grande parte das vezes que o cirurgião precisa violar a cavidade pleural no ato cirúrgico, especialmente quando a cirurgia envolve ressecção pulmonar.


Em algumas situações, o médico pode optar por realizar a drenagem pleural mesmo sem o diagnóstico definitivo. Um exemplo disso são as paradas cardíacas traumáticas, em que o benefício de se fazer o procedimento supera seus riscos diante de uma situação tão dramática.


Há uma discussão grande a respeito de vários aspectos técnicos da drenagem nessas situações (tipo e calibre de dreno, local de drenagem, número de drenos necessários, entre outros). Este post não vai cobrir esses tópicos. Porém eles são amplamente discutidos no nosso curso Guia Completo da Drenagem de Tórax, junto com todos outros assuntos importantes relacionados a esse procedimento. Você pode conferir um trecho de uma das Lives que fizemos sobre o tema clicando aqui. Quer ver a Live completa? Precisa adquirir o curso...


 

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Como a drenagem de tórax costuma ser feita?

É comum que o médico tenha pressa para drenar o tórax. De fato, várias situações clínica que exigem a drenagem pleural apresentam risco à vida do paciente. Entretanto, é imprescindível que o médico que está executando o procedimento tenha DUAS coisas:


1) "Muita calma nessa hora": toda situação de estresse interfere na clareza do raciocínio. Nessas situações, o médico que tem conhecimento do assunto, e mesmo aqueles mais acostumados a aplicá-lo, podem apresentar desvios de conduta. Isso é ainda mais frequente nos colegas menos experientes. E muito mais naqueles que não dominam o assunto. Portanto, o domínio da situação (soft skill alert: situation awareness) é fundamental.


2) Domínio total do procedimento a ser executado: isso vale para qualquer procedimento médico, desde uma simples drenagem de abscesso ou uma sutura de pele, até procedimentos cirúrgicos complexos. O cirurgião que encara um procedimento que não conhece é, no mínimo, irresponsável, pois coloca a segurança do paciente em risco. Ninguém nasce sabendo drenar um tórax. E pouca gente sabe ensinar isso. Por esse motivo, criamos o nosso curso Guia Completo de Drenagem de Tórax! Para que você não tenha dúvidas no pré, no intra e no pós-drenagem.


Ninguém nasce sabendo drenar um tórax. E pouca gente sabe ensinar a fazer isso da forma adequada.

Infelizmente, grande parte dos procedimentos são feitos da seguinte maneira:

  • às pressas

  • com quebra de barreiras de assepsia

  • não padronizada

  • sem atenção a detalhes do pré e do pós-operatório


MUITA PRESSA


É comum que o médico, especialmente os menos experientes, fiquem muito ansiosos para realizar o procedimento. O problema é que a drenagem em si é apenas um dos componentes de todo o procedimento, que deve ter um preparo e uma monitorização criteriosos. O "apressado" falha principalmente no preparo do paciente e nos detalhes do pré-procedimento, e também negligencia o acompanhamento pós-drenagem desses pacientes. Ainda, a pressa resulta em um procedimento com técnica inadequada e, consequentemente, em resultados piores. Se você pensar bem, praticamente nenhuma situação exige uma drenagem pleural "na correria". O caso mais dramático que necessita desse procedimento é o pneumotórax hipertensivo, que pode ser adequadamente resolvido com uma descompressão pleural, seja ela digital ou por toracocentese.

Aqui vale o velho ditado: "a pressa é inimiga da perfeição"

ASSEPSIA INADEQUADA


Muitas drenagens torácicas são realizadas com quebra da barreira asséptica. Isso ocorre também por conta da pressa em realizar o procedimento, mas também por desconhecimento da técnica. As etapas mais sujeitas à quebra da assepsia são a paramentação, o uso de soluções assépticas, e a colocação dos campos estéreis. Quebrar a barreira da assepsia resulta em maior risco de complicações infecciosas após a drenagem! Então, preste muita atenção nesse preparo.


PADRONIZAÇÃO


Aqui o bicho pega de verdade. A padronização da drenagem pleural é FUNDAMENTAL. Se você pensar bem, toda situação e todo procedimento passíveis de padronização tornam-se mais seguros. Aprendemos isso com a aviação (e também com a NASA!). E quando falamos de drenagens pleurais em ambientes de estresse, a padronização assume uma papel mais importante ainda. Mas calma... você deve estar pensando "meu Deus! Como devo fazer isso?". A gente tem essa resposta para você. Baixe GRÁTIS aqui um checklist completo da drenagem pleural


ATENÇÃO AO PRÉ- E AO PÓS-OPERATÓRIO


Mais uma vez, o que faz a diferença são os detalhes! Checar material, procedimento, paciente e lado correto (acredite, existem casos em que o tórax que deveria ter sido drenado era o outro!), são etapas fundamentais do procedimento! Ainda, após a drenagem, tem muita coisa para ver: posição e funcionamento do dreno, fixação, planejamento de retirada, otimização da drenagem entre outros.


Eu sei que tem muito assunto junto aqui neste Post. Mas a verdade é a seguinte: o tema é complexo mesmo. Mas a gente montou um super curso, didático e objetivo, que explica essas etapas com detalhes para vocês. O conteúdo foi feito por cirurgiões com experiência no assunto, tanto na realização do procedimento, como no ensino dele! E se foi feito por cirurgiões, já sabe né: não tem enrolação!


Confira nosso curso neste link e a introdução dele no vídeo!

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