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5 causas de febre no pós-operatório de cirurgia abdominal que todo médico deve saber

Atualizado: 5 de nov. de 2023

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Febre no pós-operatório de cirurgias abdominais é um tema extremamente importante para todos os médicos. O diagnóstico precoce e a rápida instituição do tratamento necessário podem fazer a diferença no desfecho clínico dos pacientes.

1. Citocinas

Anteriormente, a febre que se manifesta no 1o. dia de pós-operatório (PO) era relacionada com atelectasia. Hoje se sabe que está relacionada com a liberação de citocinas (principalmente a interleucina 6) oriundas da agressão cirúrgica aos tecidos. Na maior parte das vezes, essa febre cede rápida e espontaneamente, e o tratamento de suporte envolve analgesia, controle hidroeletrolítico e fisioterapia.


Veja neste vídeo como esse conceito pode ser cobrado em provas:


2. Infecção Abdominal

Em casos de febre a partir do 5º pós-operatório de cirurgia abdominal, uma tomografia de abdome com contraste endovenoso é recomendada para se descartar um foco infeccioso abdominal. A terapêutica inclui emprego de antibioticoterapia ampla e drenagem do foco abdominal seja por via aberta ou minimamente invasiva (se estável hemodinamicamente).


3. Infecção Urinária

A infecção urinária é a infecção hospitalar adquirida mais comum e está relacionada com sondagem vesical em mais de 80% dos casos. Habitualmente surge entre o 3º e 5º dia de pós-operatório, e deve ser considerada como a causa da febre. O diagnóstico depende da urina 1 e urocultura, e os agentes mais comuns são bactérias gram negativas.


4. Infecção Pulmonar

O status pós-operatório aumenta o risco de infecção pulmonar. Dentre os motivos destacam-se a dor limitando a dinâmica respiratória, a sedação diminuindo o reflexo de tosse e a intubação orotraqueal aumentando o risco de contaminação. O diagnóstico de pneumonia depende em grande parte de exame de imagem e o tratamento é antibioticoterapia de largo espectro, mas guiado pelo perfil bacteriano hospitalar.


5. Cateteres

Os cateteres periféricos e centrais devem ser trocados ou removidos ao menor sinal flogístico no sítio de punção. Aliás, os dispositivos devem ser trocados, caso outro foco potencial de febre não tenha sido identificado. Caso a febre persista por 24h após a remoção do cateter, o emprego de antibiótico deve ser ponderado e deve ser guiado por hemocultura, entretanto a vancomicina pode ser usada inicialmente de forma empírica pois o agente mais comum é um Staphylococcus.


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BIBLIOGRAFIA

Narayan M, Medinilla SP. Fever in the postoperative patient. Emerg Med Clin North Am. 2013 Nov;31(4):1045-58.



Sobre o Autor:


O Dr Adriano Pflug tem Doutorado pela FMUSP em Ensino Médico além de participar diariamente do desenvolvimento de médicos residentes e estudantes de medicina na Faculdade de Medicina da USP.

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